terça-feira, 1 de janeiro de 2013

AS NARRAÇÕES CENTRADAS SOBRE A FORMAÇÃO DURANTE A VIDA COMO DESVELAMENTO DAS FORMAS E SENTIDOS MÚLTIPLOS DE UMA EXISTENCIALIDADE SINGULAR-PLURAL


Na concepção da socióloga e antropóloga Marie-Christine Josso o propósito da formação é visto por meio do projeto de formação, ele possibilita o acesso a questões significantes vivenciadas pelo sujeito na sua vida profissional, dessa forma estes indivíduos se tornam porta-vozes das dificuldades evidenciadas e questionadas pelo grupo.
Ela comenta que a partir de uma reflexão sobre as experiências que acontecem sem interrupção ou quando há um rompimento e estas se apresentam sobre a forma da narratização desse processo, torna possível uma conscientização a respeito das mudanças sociais e culturais, permitindo desse modo poder relacionar essas transformações com o desenvolvimento pessoal e social. Conforme Josso (2008, p. 18) “As subjetividades expressas são, assim, confrontadas com as suas freqüentes inadequações a uma compreensão libertadora da criatividade em nossos contextos em mutação”. Tanto as atividades relacionadas as subjetividades individuais e coletivas, quanto o exercício de vida em particular, segundo Josso (2008, p.18) ocupam o primeiro lugar da formação geral.
Referente as questões identitárias, ela afirma que ao trabalhá-las, através de uma observação minuciosa e da explicação do sentido das narrativas de vida registradas, torna possível compreender prontamente a pluralidade, a debilitação e as alterações de nossas identidades no decorrer da vida. De acordo Josso (2008. p.19)
(...) a tomada de consciência de que a questão identitária deve ser concebida como um processo permanente de identificação-diferenciação e de definição de si através de nossas identidades evolutivas, como emergências sócio-culturais visíveis da existencialidade.
A autora relata que a partir do momento que o sujeito passa a se conhecer, por meio das modificações do seu eu, envolvendo o seu contexto de vida, dos momentos pessoais e sociais que considera significativos para sua formação, ele reconhece a construção de sua identidade como o ponto de partida para a sua existencialidade com a união de elementos de natureza distintas.
Na visão e Marie-Christine Josso, quando o sujeito tem como base as experiências vivenciadas para a construção do seu eu, ele colabora com a abordagem globalizante e dinâmica da construção de si, possibilitando uma escuta sensível do que se revela no agora. Ela esclarece que o existir depende de uma interligação de múltiplos seres presentes na nossa formação. O ser de carne é o sustentáculo para outras dimensões como: o ser de atenção e consciente, o ser de emoções, o ser de afetividade, o ser de cognição, o ser de imaginação e o ser de ação.

REFERÊNCIA:

JOSSO, Marie-Christine. As narrações centradas sobre a formação durante a vida como desvelamento das formas e sentidos múltiplos de uma existencialidade singular-plural. Revista FAEEBA – Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 17, n. 29. p. 17-30, jan./jun. 2008.

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